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Fibromialgia tem tratamento? Conheça a fotobiomodulação transcraniana

A fibromialgia é uma das condições mais intrigantes e debilitantes da medicina moderna. Antes de mais nada, ela é primordialmente caracterizada por dor crônica generalizada, fadiga extrema e comprometimento cognitivo (isto é, dificuldade de concentração, problemas de memória de curto prazo, lapsos de linguagem, dificuldade em planejar e organizar a rotina diária). Por isso, ela desafia pacientes e médicos todos os dias. 

Enquanto tratamentos convencionais oferecem apenas alívio parcial, a ciência avança com alternativas promissoras. Com efeito, uma delas é a fotobiomodulação transcraniana (tPBM), terapia inovadora que utiliza a luz de LEDs para estimular os tecidos neurais1 – mais especificamente, o córtex motor primário2, tratando a dor na fibromialgia e melhorando significativamente a qualidade de vida.

Nesse ínterim, se você é paciente, profissional da saúde ou apenas alguém curioso sobre como a tecnologia pode transformar tratamentos, este artigo vai guiá-lo por tudo o que você precisa saber sobre como a fotobiomodulação transcraniana tem um impacto revolucionário na fibromialgia.

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O que é fibromialgia e quais os seus sintomas?

De fato, a fibromialgia é uma síndrome de dor crônica que afeta cerca de 2,5% da população mundial, sendo sobretudo mais prevalente em mulheres3. O principal sintoma, certamente, é a dor generalizada, acompanhada por um conjunto de outros problemas, tais como:

  • Fadiga persistente. Dia após dia, por conseguinte, o cansaço continua, sem causa aparente.
  • Comprometimento cognitivo. Conhecido como fibrofog4, envolve sensação de desorientação, raciocínio lento, dificuldade em processar informações novas e estruturar planejamentos, bem como executá-los.
  • Distúrbios do sono. Sono não reparador, assim como insônia ou apneia.
  • Sensibilidade ao toque. Conhecida como alodinia; por isso, estímulos leves causam dor desproporcional ao toque.

Principais pontos de dor na fibromialgia

Além disso, os pacientes podem experimentar não apenas rigidez matinal, mas dores de cabeça e até sintomas depressivos, tornando a fibromialgia uma condição multifacetada que exige abordagens integrativas. Por essa razão, é essencial investir em tratamentos que considerem a complexidade dessa síndrome.

Você sabia?

O Senado Federal está analisando um projeto nacional que equipara pessoas com fibromialgia a pessoas com deficiência (PcD), garantindo direitos como isenção tributária e benefícios trabalhistas. Atualmente, a lei já existe desde 2024 no Distrito Federal5 e na Paraíba6.

O que causa a fibromialgia?

Apesar de décadas de estudos, as causas exatas da fibromialgia ainda não são completamente compreendidas. 

No entanto, pesquisadores apontam para um fenômeno chamado sensibilização central7, no qual o sistema nervoso central amplifica os sinais de dor. Esse estado hiperativo, em suma, pode ser desencadeado por:

  • Fatores genéticos. Com certeza, algumas pessoas parecem ter predisposição à fibromialgia.
  • Eventos traumáticos. Acidentes, cirurgias ou estresse emocional intenso podem, eventualmente, ser gatilhos para esta condição de saúde.
  • Alterações neurológicas. Disfunções nos neurotransmissores, como serotonina e dopamina, estariam associadas à amplificação da dor.

Por exemplo, estudos de neuroimagem mostram que pessoas com fibromialgia têm alterações em áreas cerebrais responsáveis pelo processamento da dor, como o córtex pré-frontal e as regiões somatossensoriais8.

Em comparação com pessoas saudáveis, pacientes com fibromialgia mostraram menor atividade cerebral durante tarefas específicas em áreas importantes, como as regiões auditivas, partes do cérebro relacionadas à memória (hipocampos), áreas de controle motor (gânglios basais) e algumas regiões visuais e do cerebelo. 

Por outro lado, os pacientes apresentaram maior atividade em áreas como a ínsula direita (uma região ligada à percepção da dor) e que se estendia para outras áreas próximas, incluindo regiões associadas a emoções e memória visual. Esses padrões diferentes de ativação cerebral ajudam a entender como a fibromialgia afeta o cérebro.
Fonte: LÓPEZ-SOLÁ, Marina et al. Altered Functional Magnetic Resonance Imaging Responses to Nonpainful Sensory Stimulation in Fibromyalgia Patients. Arthritis Rheumatol., v. 66, n. 11, p. 3200-3209, 2014. Disponível em: <https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4410766/>. Acesso em: 27 jan. 2025.

Tratamento para fibromialgia: qual o melhor?

Nesse ínterim, os tratamentos convencionais incluem não apenas medicamentos como antidepressivos e analgésicos, mas também terapias complementares, como exercícios físicos e técnicas de relaxamento. No entanto, a eficácia dessas abordagens é limitada e os efeitos colaterais podem ser significativos.

Por essa razão, surge a fotobiomodulação transcraniana, que está ganhando destaque por oferecer uma alternativa segura, eficaz e sem efeitos colaterais graves. Mas, afinal, o que exatamente torna essa tecnologia tão inovadora?

Como a fotobiomodulação transcraniana auxilia o paciente com fibromialgia?

A fotobiomodulação transcraniana é uma terapia não invasiva, visto que utiliza luz infravermelha próxima (ou NIR, sigla do inglês Near Infrared) para modular a atividade neural no cérebro. Ao atingir o córtex cerebral, por consequência, ela regula a atividade neural de forma precisa, promovendo melhorias em funções cognitivas comprometidas por condições neuropatológicas. 

Além disso, estudos recentes publicados em periódicos internacionais têm indicado que essa abordagem pode estimular redes neurais, reparar danos celulares e abrir caminho para tratamentos inovadores em disfunções cognitivas, incluindo as associadas à fibromialgia. Isso ocorre porque:

  1. Reduz a hiperalgesia9. Modula oscilações cerebrais, por exemplo as ondas gama e delta, promovendo equilíbrio neural e reduzindo a amplificação da dor.
  2. Aumenta a produção de ATP10. Melhora a função mitocondrial, e, desse modo, fornecendo mais energia para os processos de reparação celular.
  3. Diminui a neuroinflamação. Sob o mesmo ponto de vista, reduz marcadores inflamatórios associados à dor crônica.
  4. Regula o sono11. Pacientes relatam melhora na qualidade do sono, de maneira geral, após sessões de PBM.

Como a ciência explica os efeitos da fotobiomodulação transcraniana na fibromialgia?

Similarmente, um estudo publicado no Journal of Translational Medicine em 22 de fevereiro de 2023, intitulado Advances in photobiomodulation for cognitive improvement by near-infrared derived multiple strategies, explorou detalhadamente os mecanismos pelos quais a fotobiomodulação transcraniana (tPBM) utiliza a luz infravermelha próxima (NIR) com a finalidade de promover melhorias cognitivas e reparação neuronal12

Conduzido por Wei-Tong Pan, Pan-Miao Liu, Daqing Ma e Jian-Jun Yang, o estudo descreve, em síntese, como essa técnica não invasiva atua diretamente em moléculas intracelulares, regulando a produção de ATP, os níveis de cálcio (Ca²⁺) e as espécies reativas de oxigênio (ROS). 

Modulação de moléculas intracelulares

A citocromo c oxidase (CCO), uma enzima crucial na cadeia respiratória mitocondrial, é o principal alvo da fotobiomodulação. 

Quando a luz infravermelha próxima, com comprimentos de onda entre 600 e 900 nm, penetra nos tecidos, ela é absorvida por cromóforos celulares, tais como o CCO. Isso desencadeia uma série de eventos bioquímicos, a saber:

  • Excitação do CCO. A luz eleva o estado energético da enzima, assim ativando a cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria.
  • Produção de energia (ATP). A ativação do transporte de elétrons aumenta o gradiente de prótons através da membrana mitocondrial, logo depois gerando ATP, a “moeda de energia” celular.
  • Proteção neural. A energia liberada ativa vias de sinalização celular que ajudam a proteger neurônios, por fim promovendo a reparação celular e fortalecendo conexões sinápticas.

Regulação dos níveis de cálcio intracelular (Ca²⁺)

O cálcio intracelular, por outro lado, desempenha um papel vital na comunicação neuronal, não apenas para a liberação de neurotransmissores, mas também para a plasticidade sináptica. Nesse sentido, a fotobiomodulação influencia os níveis de Ca²⁺ de duas formas principais:

  • Aumento da permeabilidade celular. A luz estimula a entrada de cálcio pelas membranas neuronais e a liberação de estoques internos do retículo endoplasmático. Só para ilustrar, isso ocorre por meio da ativação de receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), essenciais para a comunicação sináptica.
  • Proteção contra sobrecarga de cálcio: Em condições normais, os níveis de cálcio são regulados para facilitar a transmissão neuronal. Contudo, na fibromialgia, um influxo excessivo pode causar citotoxicidade. A tPBM, surpreendentemente, estabiliza esses níveis, prevenindo danos celulares e protegendo os neurônios.

Esse equilíbrio de cálcio é crucial para pacientes fibromiálgicos, pois reduz a toxicidade excitatória, sem dúvida uma das causas do agravamento da dor crônica.

Espécies Reativas de Oxigênio (ROS): a chave para o equilíbrio metabólico

Em contrapartida, as espécies reativas de oxigênio (ROS) são subprodutos do metabolismo celular que, em excesso, podem causar danos oxidativos. 

Semelhantemente, a fotobiomodulação atua regulando os níveis de ROS de forma adaptativa: em neurônios estressados, a tPBM reduz a concentração de ROS, protegendo as células contra danos oxidativos.

Além disso, a fotobiomodulação influencia o metabolismo lipídico das células neuronais. O estudo de Pan et al. (2023), por exemplo, identificou que a luz infravermelha estimula a formação de gotículas lipídicas (LDS), que ajudam a proteger os neurônios ao “neutralizar” os efeitos nocivos de ROS em excesso.

Para pacientes com fibromialgia, como citado por Farazi et al. em Photobiomodulation combination therapy as a new insight in neurological disorders: a comprehensive systematic review (2024), essa melhora na bioenergética celular resulta em redução da dor e aumento das funções cognitivas, uma vez que as células cerebrais conseguem operar de forma mais eficiente.

Boné Infrallux: alívio para pacientes com fibromialgia

O Boné Infrallux foi projetado a fim de oferecer os benefícios da fotobiomodulação sem sair de casa. Ele utiliza 198 LEDs de luz infravermelha nos comprimentos de onda de 760 nm e 830 nm, conhecidos por sua eficácia em estimular processos biológicos no cérebro.

  • Sessões rápidas. Apenas 12 minutos por dia.
  • Fácil de usar. Design ergonômico e intuitivo.
  • Eficácia comprovada. Ideal para redução da dor, melhora do sono e aumento da energia para as atividades diárias.

Capacete Neurollux: solução clínica para profissionais da saúde

Para médicos que desejam oferecer tratamentos avançados para fibromialgia, o Capacete Neurollux é a escolha ideal. Desenvolvido para consultórios, ele oferece:

  • Versatilidade clínica. Além da fibromialgia, trata enxaqueca, depressão, ansiedade e outras condições neurogênicas.
  • Credibilidade científica. Alicerçado em evidências sólidas, revisadas por pares e publicadas em renomados journals internacionais.

O Neurollux permite que profissionais ampliem seus protocolos terapêuticos, agregando valor ao consultório e proporcionando resultados para os pacientes.

Há contraindicações para a fotobiomodulação transcraniana?

Embora a tPBM seja considerada segura, algumas pessoas devem evitar o tratamento, como:

  • Pessoas fotossensíveis. Aquelas com epilepsia fotossensível, por exemplo.
  • Pacientes em uso de medicamentos fotossensibilizantes. Esses fármacos tornam a pele ou os tecidos do corpo mais sensíveis à luz, especialmente à radiação ultravioleta (UV) e infravermelha. 

Recomenda-se sempre consultar um médico antes de iniciar qualquer terapia.

Considerações finais

Em resumo, a ciência continua a expandir os horizontes da Medicina e a fotobiomodulação transcraniana surge como uma das tecnologias mais promissoras para transformar vidas. Para pacientes com fibromialgia, essa abordagem auxilia, sobretudo, no enfrentamento da dor crônica e dos desafios cognitivos no cotidiano. 

Com dispositivos inovadores como o Boné Infrallux e o Capacete Neurollux, a revolução no tratamento da fibromialgia está ao alcance de todos, seja no conforto do lar ou na prática clínica de ponta. 

Não se trata apenas de alívio: é, sim, uma esperança renovada, uma jornada rumo a uma rotina com menos limitações, mais energia e verdadeira qualidade de vida. 

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Referências bibliográficas

  1. ZOMORRODI, Reza; LOHESWARAN, Genane; PUSHARAJ, Abhiram; LIM, Lew. Pulsed near infrared transcranial and intranasal photobiomodulation significantly modulates neural oscillations: a pilot exploratory study. Scientific Reports, v. 9, 2019. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/s41598-019-42693-x>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  2. ZHU, Chang-E; YU, Bo; ZHANG, Wen; CHEN, Wen-Hua; QI, Qi; MIAO, Yun. Effectiveness and safety of transcranial direct current stimulation in fibromyalgia: A systematic review and meta-analysis. Journal of Rehabilitation Medicine, v. 49, n. 1, p. 2-9, 19 jan. 2017. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27983739/>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Fibromialgia e doenças articulares inflamatórias. 31 ago. 2022. Disponível em: <https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/fibromialgia-e-doencas-articulares-inflamatorias/>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  4. RUPRECHT, Theo. Fibromialgia atrapalha a cabeça. Mente Saudável. 25 abr. 2023. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/o-nevoeiro-mental-gerado-pela-fibromialgia>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  5. G1. Pacientes com fibromialgia são reconhecidos como pessoas com deficiência (PCD) no DF; entenda. Disponível em: <https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/03/02/pacientes-com-fibromialgia-sao-reconhecidos-como-pessoas-com-deficiencia-pcd-no-df-entenda.ghtml>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  6. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA. Agora é lei: portadores de fibromialgia têm os mesmos direitos que pessoas com deficiência. Disponível em: <https://www.al.pb.leg.br/55046/agora-e-lei-portadores-de-fibromialgia-tem-os-mesmos-direitos-que-pessoas-com-deficiencia.html>. Acesso em: 24 jan. 2025.
  7. SOCIEDADE CATARINENSE DE REUMATOLOGIA. Fibromialgia. Screumatologia. Disponível em: <https://screumatologia.com.br/doenca/fibromialgia/>. Publicado em: 15 dez. 2018. Atualizado em: 16 jan. 2019.
  8. MENEZES, Maria Mônica da Silva et al. Envolvimento do córtex somestésico primário na fibromialgia: revisão de estudos de neuroimagem. Brazilian Journal of Pain, v. 7, p. e20240002, 2024.
  9. DONADEL, D. G.; ZORTEA, M.; TORRES, I. L. S.; FREGNI, F.; CAUMO, W. The mapping of cortical activation by near-infrared spectroscopy might be a biomarker related to the severity of fibromyalgia symptoms. Scientific Reports, v. 11, n. 15754, 2021. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/s41598-021-94456-2>. Acesso em: 27 jan. 2025.
  10. FARAZI, N.; SALEHI-POURMEHR, H.; FARAJDOKHT, F.; MAHMOUDI, J.; SADIGH-ETEGHAD, S. Photobiomodulation combination therapy as a new insight in neurological disorders: a comprehensive systematic review. BMC Neurology, v. 24, n. 101, 2024. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1186/s12883-024-03593-4>. Acesso em: 27 jan. 2025.
  11. LIEBERT, A.; CAPON, W.; PANG, V.; VILA, D.; BICKNELL, B.; McLACHLAN, C.; KIAT, H. Photophysical Mechanisms of Photobiomodulation Therapy as Precision Medicine. Biomedicines, v. 11, n. 2, 2023. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/biomedicines11020237>. Acesso em: 27 jan. 2025.
  12. PAN, W-T.; LIU, P-M.; MA, D.; YANG, J-J. Advances in photobiomodulation for cognitive improvement by near-infrared derived multiple strategies. Journal of Translational Medicine, v. 21, n. 135, 2023. Disponível em: <https://translational-medicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12967-023-03988-w>. Acesso em: 27 jan. 2025.

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