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Acidente Vascular Encefálico (AVE)

Conhecido popularmente como derrame, o AVE é, de maneira simplificada, a morte de células em uma região do cérebro. 

Acidente Vascular Encefálico (AVE): o que é, quais são as causas e tratamentos?

De acordo com a Sociedade Brasileira de AVC, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidade no mundo e a segunda maior causa de morte entre os brasileiros. A doença afeta pessoas de todas as idades, mas é mais comum em idosos e indivíduos com problemas cardíacos. Apesar de ser mais frequente em idosos, os casos em jovens têm aumentado, representando 10% dos pacientes com menos de 55 anos.

O que é acidente vascular encefálico (AVE)?

O acidente vascular encefálico (AVE), também conhecido como acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é repentinamente interrompido ou severamente reduzido, devido a um bloqueio ou ruptura dos vasos sanguíneos. Isso resulta na morte de células cerebrais e pode causar lesões permanentes ou incapacidade, dependendo da parte do cérebro afetada.

O que causa o AVE?

As causas do AVE dependem do seu tipo:

  • Acidentes vasculares cerebrais isquêmicos

Ocorrem quando há um acúmulo de depósitos de colesterol, conhecidos como placas, nas paredes de um vaso sanguíneo no cérebro. Essas placas podem levar à formação de coágulos, resultando no estreitamento ou bloqueio dos vasos sanguíneos, causando suprimento de sangue reduzido/ausente para o cérebro.

  • Acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos

Ocorrem quando o vaso sanguíneo no cérebro vaza ou rompe devido a condições médicas, como pressão alta ou aneurisma cerebral (um inchaço anormal, semelhante a um balão, na parede do vaso sanguíneo dentro do cérebro).

Quais são os sintomas do AVE?

O AVE é uma doença que tem uma longa lista de fatores de risco. Indivíduos que sofrem de doenças cardíacas, hipertensão, diabetes têm um risco maior de tê-lo. Indivíduos que fumam também são mais propensos a AVC. Sintomas característicos comuns são:

  • Visão dupla repentina ou outros distúrbios visuais;
  • Confusão repentina ou tontura;
  • Dor de cabeça repentina e intensa;
  • Perda repentina de sensibilidade em uma parte do corpo;
  • Dificuldade em falar ou engolir;
  • Perda de equilíbrio ou coordenação;
  • Perda de consciência;
  • Perda de memória ou concentração;
  • Início súbito de desvio facial e salivação.

Como o AVE é diagnosticado?

O diagnóstico do AVE é feito por um médico através de:

  • Exame físico: O médico avaliará os seus sintomas e reflexos.
  • Outros exames: Como eletroencefalograma (EEG) e exames de sangue.

Como o AVE é tratado?

Dependendo do tipo de derrame ocorrido e do momento em que o tratamento é procurado, seu médico pode recomendar diferentes métodos de tratamento. Não é possível reparar os danos cerebrais causados ​​por um derrame, mas existem maneiras de minimizar a lesão.

  • Tratamento para acidentes vasculares cerebrais isquêmicos

Os métodos de tratamento para acidentes vasculares cerebrais isquêmicos incluem trombólise e trombectomia para permitir a remoção do coágulo:

  • A trombólise usa medicamentos para dissolver o coágulo sanguíneo e precisa ser administrada dentro de 4 horas e meia após o aparecimento dos sintomas agudos do derrame;
  • A trombectomia usa um dispositivo de recuperação de coágulos para extrair o coágulo sanguíneo. O processo envolve a inserção do dispositivo em uma artéria na virilha e movê-lo em direção ao cérebro para extrair o coágulo sanguíneo. Deve ser feito dentro de 6 horas do início dos sintomas do derrame.
  • Tratamento para acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos
    • Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): Esses exames de imagem fornecem imagens detalhadas do cérebro para identificar a causa do AVE.

O atendimento de emergência imediato é essencial para o acidente vascular cerebral hemorrágico.

Os métodos de tratamento se concentram principalmente em medicamentos ou cirurgias para interromper ou controlar o sangramento e reduzir a pressão no cérebro.

Em alguns casos, um neurocirurgião pode realizar um procedimento cirúrgico conhecido para abrir o crânio e remover sangue e aliviar a pressão no cérebro. Esta cirurgia também pode ajudar a reparar problemas nos vasos sanguíneos que resultam em derrames hemorrágicos.

Fotobiomodulação transcraniana para AVE

A fotobiomodulação transcraniana é uma técnica que utiliza a luz infravermelha para estimular processos de reparo celular, tem se destacado no tratamento de diversas doenças neurológicas. No caso do AVE, se demonstra potencial para acelerar a recuperação neurológica. A luz penetra no crânio, atingindo diretamente o tecido cerebral danificado, promovendo alterações bioquímicas nos tecidos, possivelmente estimulando a produção de ATP nas mitocôndrias, prevenindo a morte celular na região afetada pelo AVE, reduzindo danos cerebrais  e aprimorando os processos de recuperação neural.

Além disso, um estudo que combinou exercícios de fala tradicionais com a fotobiomodulação transcraniana, relatou que a terapia pode  acelerar os resultados das habilidades de fala e linguagem em pessoas que tiveram um derrame. No entanto, são necessárias mais pesquisas para fortalecer a base de evidências sobre essa combinação terapêutica.

 *Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta a um médico. Consulte sempre um profissional de saúde para obter um diagnóstico e tratamento adequados.

Referências bibliográficas:

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