O declínio cognitivo afeta milhões de idosos no Brasil e tende a crescer exponencialmente com o envelhecimento populacional. É urgente destacar que a prevenção, o diagnóstico precoce e o manejo das demências se configuram como expressivos desafios de saúde pública para as próximas décadas.
Foi estimado em estudo inédito (o Relatório Nacional sobre a Demência), em 2024, que 8,5% dos brasileiros com mais de 60 anos (cerca de 2,7 milhões de pessoas) conviviam com demência no momento, com projeção de 5,6 milhões de casos diagnosticados no país até 2050.
O comprometimento cognitivo leve (CCL), estágio intermediário entre o envelhecimento normal e a demência, é outra preocupação para os profissionais de saúde. No entanto, faltam opções terapêuticas eficazes para ele, o que, aliado ao aumento da longevidade, ajuda a configurar uma “epidemia” global de declínio cognitivo relacionado à idade.
Declínio cognitivo: como a fotobiomodulação transcraniana é capaz de ajudar?
Enquanto novos medicamentos para Alzheimer (como o Kisunla®, terapia que tem como alvo a proteína β-amiloide) apresentam benefícios modestos, alto custo e potenciais efeitos adversos graves (por exemplo, edema cerebral), cresce o interesse em estratégias não farmacológicas para o declínio cognitivo.
Sabe-se, por exemplo, que mudanças no estilo de vida poderiam prevenir até 45% dos casos de demência através do controle de fatores de risco como sedentarismo, isolamento social e hipertensão.
Exercícios físicos regulares também melhoram a circulação cerebral e já demonstraram melhorar a cognição mesmo em pacientes com demência estabelecida.
Nesse contexto, emerge a fotobiomodulação transcraniana (tPBM) – uma técnica não invasiva que utiliza luz vermelha ou infravermelha aplicada no crânio para modular a atividade cerebral – como uma abordagem promissora para proteger e até, a depender do caso, restaurar parcialmente algumas funções cognitivas.
Hoje, vamos apresentar a aplicabilidade da tPBM no tratamento do comprometimento cognitivo leve e da demência, com foco em evidências científicas recentes, incluindo um estudo brasileiro inovador com a tecnologia do Boné Infrallux.
Evidências clínicas da fotobiomodulação transcraniana no comprometimento cognitivo leve (CCL)
Pesquisas clínicas sobre fotobiomodulação transcraniana em idosos com declínio cognitivo vêm se acumulando, indicando resultados animadores.
Um dos marcos recentes é um ensaio clínico randomizado duplo-cego realizado no Laboratório de Neurociência Experimental (LaNEx) da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), que avaliou 24 sessões de LEDterapia ao longo de 8 semanas em adultos acima de 50 anos com CCL, usando um dispositivo de LED semelhante ao Infrallux.

Os resultados mostraram melhora significativa da cognição no grupo tratado – evidenciada pelo aumento na pontuação média do teste Montreal Cognitive Assessment (MoCA) – acompanhada de elevação dos níveis séricos de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro). Notavelmente, nenhum efeito colateral adverso foi relatado pelos participantes.
Fonte: MARTINS, Daniel Fernandes; OLIVEIRA, Bruna Hoffmann de; BOBINSKI, Franciane; MEDEIROS, Nayara; LINS, Elisa F.; KUNDE, Naiara F.; MARTINS, Leidiane M.; VIEIRA, Willians F.; CASSANO, Paolo; SALGADO, Afonso S. I.; QUIALHEIRO, Anna. Avaliação dos efeitos da fotobiomodulação transcraniana por meio do dispositivo Infra Red na cognição e nos níveis séricos de BDNF em adultos com mais de 50 anos: um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Relatório técnico. Universidade do Sul de Santa Catarina, Laboratório de Neurociência Experimental, Palhoça, 2024.
Esses achados sugerem que a tPBM pode contribuir para aprimorar a função cognitiva e a plasticidade neural em indivíduos com CCL, posicionando-se como uma potencial terapia complementar segura em geriatria.
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Duplo benefício no tratamento do declínio cognitivo com a tPBM
Resultados semelhantes vêm de outros estudos. Em um ensaio controlado (2022) com 42 idosas com CCL, 5 sessões de fotobiomodulação irradiadas na região do polo frontal direito do córtex (luz com comprimento de onda de 850 nm) resultaram em melhora significativa no Miniexame do Estado Mental (MEEM) e em testes de atenção comparado ao placebo.
Cheung et al. (2023) relataram cases de três idosos com CCL não amnéstico submetidos a 18 sessões de fotobiomodulação transcraniana em 9 semanas: todos apresentaram ganhos nas funções executivas no lobo frontal, com redução drástica de erros em testes de fluência verbal e funções executivas (alguns saindo de performance “severamente comprometida” para faixas normais).
Além disso, sintomas de ansiedade e depressão melhoraram após a terapia, sugerindo um potencial duplo benefício cognitivo e neuropsiquiátrico. Embora seja um estudo limitado a uma pequena amostra, ele reforça indícios de eficácia da tPBM em quadros iniciais de declínio cognitivo, corroborando relatos de melhora de funções do lobo frontal e saúde mental em idosos com comprometimento cognitivo leve.
Mecanismos fisiológicos da fotobiomodulação transcraniana em casos de declínio cognitivo
Os efeitos da fotobiomodulação transcraniana no cérebro derivam de mecanismos fisiológicos bem fundamentados na neurociência.
A luz infravermelha próxima (NIR) penetra alguns centímetros no tecido cerebral e é absorvida por cromóforos mitocondriais, especialmente o citocromo c oxidase. A ativação dele pela luz promove o aumento da produção de ATP, fornecendo mais energia para os neurônios e as células de suporte.
Em paralelo, há liberação de óxido nítrico (NO) dos tecidos irradiados, levando à vasodilatação e à melhor oxigenação cerebral. Essas alterações bioenergéticas e hemodinâmicas contribuem para otimizar o metabolismo cerebral em regiões-alvo, potencialmente revertendo estados de hipometabolismo observados no envelhecimento e em doenças como Alzheimer.
Além do aporte energético…
A tPBM desencadeia cascatas de sinalização celular protetoras. A leve produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) induzida pela luz atua como mensageira secundária, ativando vias de transcrição gênica relacionadas à sobrevivência e reparo celular. Consequentemente, ocorre aumento na expressão de fatores neurotróficos – em especial o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) – fundamental para a neuroplasticidade.
De fato, níveis elevados de BDNF correlacionam-se com melhor desempenho cognitivo, e no estudo brasileiro com dispositivo de fotobiomodulação transcraniana da Cosmedical observou-se que indivíduos tratados com tPBM tiveram incremento paralelo de BDNF sérico e pontuação no MoCA.
O BDNF favorece a sobrevivência neuronal, o crescimento de dendritos e sinapses, mecanismos intimamente ligados à formação de memórias e aprendizagem.
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Menos inflamação, mais plasticidade sináptica
Outro efeito relevante da tPBM é a modulação da inflamação no sistema nervoso central: pesquisas em modelos animais de Alzheimer mostram que a luz infravermelha atenua a ativação excessiva de microglias e reduz a carga de placas beta-amiloides, com melhora cognitiva.
Em conjunto, esses mecanismos sugerem que a fotobiomodulação transcraniana ataca múltiplas facetas da fisiopatologia do declínio cognitivo – melhorando o metabolismo e fluxo sanguíneo cerebral, estimulando a plasticidade sináptica e reduzindo processos neurodegenerativos – o que confere uma base biológica sólida aos achados clínicos de melhora cognitiva.
Fotobiomodulação transcraniana em casa
Uma característica que torna a fotobiomodulação particularmente atraente em geriatria é a possibilidade de aplicação prática em ambiente domiciliar, por meio de dispositivos portáteis de LED especialmente desenvolvidos para a adesão do paciente aos protocolos de tratamento.

Boné Infrallux
Um exemplo disponível no Brasil é o Boné Infrallux, da empresa nacional Cosmedical, que utiliza LEDterapia transcraniana de forma simples e não invasiva. O dispositivo tem registro na Anvisa para uso em condições neurológicas como comprometimento cognitivo leve (CCL), doença de Alzheimer, doença de Parkinson, fibromialgia, entre outras.
Por se tratar de uma tecnologia derivada diretamente dos estudos científicos, o Infrallux oferece aos médicos a chance de transladar a pesquisa para a prática clínica, permitindo que pacientes realizem um tratamento complementar no conforto de casa.
O boné conta com 198 diodos emissores de luz infravermelha (99 LEDs de 760 nm e 99 LEDs de 830 nm) que ficam distribuídos pelo couro cabeludo, emitindo comprimentos de onda em faixa apropriada para estimular a neuroplasticidade e a microcirculação sanguínea.
Cada sessão dura 12 minutos e os protocolos podem ser aplicados diariamente ou conforme orientação médica.
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Conclusão
Frente ao cenário desafiador do aumento de casos de comprometimento cognitivo leve e demência, a fotobiomodulação transcraniana é uma estratégia terapêutica inovadora que alia base fisiológica sólida, resultados clínicos promissores e excelente perfil de segurança.
Estudos clínicos – incluindo brasileiros – demonstram que a estimulação cerebral por luz pode melhorar funções cognitivas e biomarcadores neuroplásticos (como BDNF) em adultos com declínio cognitivo leve, sem efeitos adversos. Ela atua em múltiplos alvos benéficos à função neural: aumentando a produção energética neuronal, a perfusão e oxigenação cerebral, modulando a inflamação e incentivando a reparação sináptica.
Assim sendo, a fotobiomodulação transcraniana representa uma fronteira promissora na neurologia geriátrica, trazendo um sopro de esperança fundamentado em evidências de que mesmo cérebros de adultos mais velhos podem ser estimulados a reativar circuitos e preservar memórias, de forma segura e digna, sob os cuidados atentos de profissionais de saúde comprometidos com o envelhecimento cognitivo saudável.

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