Descubra os mais recentes tratamentos e terapias, incluindo opções inovadoras como a fotobiomodulação transcraniana.
Doença de Parkinson: o que é e quais são as opções de tratamentos?
A Doença de Parkinson é um transtorno neurológico progressivo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e só no Brasil, mais de 200 mil pessoas vivem com a condição. Caracterizada por tremores, rigidez muscular e lentidão de movimentos, a doença pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Mas o que causa o Parkinson? Quais são os sintomas mais comuns? E quais são as opções de tratamento disponíveis? Neste artigo, vamos explorar essas questões e apresentar uma abordagem inovadora para o tratamento da doença: a fotobiomodulação transcraniana.
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta a capacidade do cérebro de produzir dopamina – a substância química que nos ajuda a controlar os movimentos.
É um tipo de doença progressiva, o que significa que os sintomas aparecem gradualmente e pioram lentamente, à medida que o cérebro fica cada vez mais danificado ao longo do tempo
O que causa a doença de Parkinson?
Ainda não se sabe exatamente por que as pessoas têm Parkinson, mas muitos pesquisadores suspeitam que, na maioria dos casos, é uma combinação de uma série de fatores genéticos e ambientais que fazem com que as células nervosas produtoras de dopamina no cérebro morram.
Quais são os sinais e sintomas?
Os sintomas do Parkinson podem variar de pessoa para pessoa e geralmente se desenvolvem lentamente ao longo do tempo. Os mais comuns incluem:
- Tremores involuntários que ocorrem em repouso, especialmente nas mãos e dedos.
- Aumento do tônus muscular, causando rigidez nos membros.
- Lentidão dos movimentos, como dificuldade para iniciar e realizar atividades.
- Dificuldade para manter o equilíbrio, aumentando o risco de quedas.
- Voz baixa, monótona e dificuldade para articular as palavras.
- Alterações na escrita, como a letra pequena e arrastada.
- Insônia, sonolência diurna e pesadelos.
- Dificuldade de concentração, memória e raciocínio.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico do Parkinson é feito por um neurologista, com base na avaliação clínica dos sintomas e na exclusão de outras condições. Não existe um exame específico para confirmar o diagnóstico, mas alguns exames complementares podem ser solicitados, como:
- Tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM): Para avaliar a estrutura do cérebro e descartar outras causas dos sintomas.
- Exames de sangue: Para descartar outras doenças que possam causar sintomas semelhantes.
- Doppler transcraniano: Para avaliar o fluxo sanguíneo cerebral.
Tratamentos para doença de Parkinson
Como a doença não tem cura, o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As opções de tratamento incluem:
- Farmacoterapia: Medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro podem ser utilizados para controlar os tremores, a rigidez e outros sintomas.
- Terapia física: Exercícios físicos regulares podem ajudar a melhorar a força muscular, flexibilidade e coordenação, além de retardar a progressão da doença.
- Fonoaudiologia: A terapia fonoaudiológica pode ajudar a melhorar a fala e a deglutição.
- Terapia ocupacional: A terapia ocupacional pode ajudar o paciente a realizar as atividades do dia a dia de forma mais independente.
- Cirurgia: Em casos mais avançados, a cirurgia pode ser indicada para implantar um dispositivo que estimula eletricamente áreas do cérebro, ajudando a controlar os sintomas.
Fotobiomodulação transcraniana: Uma opção tecnológica de tratamento
A fotobiomodulação transcraniana é uma terapia não invasiva que utiliza luz de baixa intensidade para estimular as células cerebrais. Ela já está sendo utilizada no tratamento de diversas doenças neurológicas, incluindo o Parkinson. Isso porque, a fotobiomodulação pode ajudar a reduzir a inflamação, promover a neurogênese e melhorar a função mitocondrial, o que pode beneficiar os pacientes com Parkinson.
Em ensaios clínicos recentes, a terapia de fotobiomodulação demonstrou que pode melhorar a velocidade da marcha, o comprimento da passada e o equilíbrio em pacientes com Parkinson e a função motora.
É importante ressaltar que:
- A fotobiomodulação não é uma cura para o Parkinson. Ela é utilizada como terapia complementar, em conjunto com outros tratamentos.
- Os resultados podem variar de pessoa para pessoa. A eficácia da terapia depende de diversos fatores, como a gravidade da doença, a duração do tratamento e as características individuais de cada paciente.
- É fundamental buscar orientação médica.
*Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta a um médico. Consulte sempre um profissional de saúde para obter um diagnóstico e tratamento adequados.
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