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Fotobiomodulação transcraniana (tPBM) e seu mecanismo de ação

A fotobiomodulação transcraniana (tPBM) utiliza luz infravermelha próxima, ou radiação no espectro infravermelho (tipicamente entre 810 nm e 1.100 nm), para estimular células cerebrais de forma não invasiva. O principal alvo fotoquímico é o citocromo c oxidase (complexo IV da cadeia respiratória mitocondrial). 

A absorção de fótons por esse cromóforo dissocia o óxido nítrico (NO) ligado a ele, restaurando o transporte de elétrons e elevando o potencial de membrana mitocondrial. Isso aumenta a produção de ATP celular e a respiração mitocondrial. Além disso, modulam-se canais iônicos dependentes de luz/calor, alterando o balanço redox intracelular.

O aumento de ATP e os íons cálcio intracelulares ativam vias de sinalização celular que regulam a expressão gênica. Gera-se também um aumento transitório de espécies reativas de oxigênio (EROs/ROS) e de NO, o que ativa fatores de transcrição anti-inflamatórios e pró-cicatrização. 

Esse estresse redox controlado eleva a produção de fatores neurotróficos como BDNF, promovendo neuroplasticidade e suporte à sobrevivência neuronal. Estudos in vitro mostraram que a tPBM inibe a morte celular por estresse oxidativo e aumenta o BDNF via sinalização ERK (Extracellular Signal-Regulated Kinase) e CREB (cAMP Response Element Binding Protein).

Em modelos animais, a fotobiomodulação transcraniana estimulou a neurogênese no hipocampo e normalizou a incorporação de novos neurônios, favorecendo a recuperação tissular. De maneira análoga, Maksimovich et al. descreveram, em um estudo de 2021 envolvendo 48 pacientes com doença de Alzheimer, a aplicação de fotobiomodulação intracerebral via transcateter. Nesse protocolo, observou-se não apenas a estimulação da neurogênese e a restauração da arquitetura tecidual, mas também um aumento no fluxo sanguíneo cerebral, resultando em diminuição dos sintomas de demência e melhora prolongada da função cognitiva.³

Aplicações clínicas da fotobiomodulação transcraniana

Estudos clínicos recentes têm explorado a tPBM como terapia complementar em diversas condições neurológicas.

Transtorno do espectro autista (TEA)

Pesquisas-piloto e estudos controlados sugerem que sessões de fotobiomodulação transcraniana com luz infravermelha próxima (radiação no espectro infravermelho) podem reduzir sintomas comportamentais de autismo em crianças. 

Em pesquisas recentes (entre 2022 e 2025), crianças com TEA que receberam fotobiomodulação transcraniana tiveram melhora significativa nos escores de avaliação comportamental (CARS-2) e alterações na eletrofisiologia cerebral, indicando a segurança e o efeito benéfico dessa terapia sobre a conectividade neural. 

Relatos preliminares indicaram também a redução da inflamação cerebral e a ativação mitocondrial como mecanismos subjacentes dessas melhorias. 

Revolucione sua prática: ofereça o Boné Infrallux aos seus pacientes como alternativa domiciliar e não invasiva para o manejo dos sintomas do TEA.

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Uma revisão narrativa recente identificou, em seis bases de dados acadêmicas, estudos clínicos de fotobiomodulação transcraniana aplicada a casos de TDAH que mostraram melhorias na atenção. 

Em estudos preliminares, dispositivos com LEDs infravermelhos aplicados em áreas frontais melhoraram o foco em crianças/adolescentes com TDAH e a qualidade do sono em outros transtornos do neurodesenvolvimento (como o Transtorno do Espectro Autista).

Fotobiomodulação e os veteranos da Guerra do Golfo

Em um estudo-piloto randomizado, duplo-cego e controlado realizado em veteranos da Guerra do Golfo, foram aplicadas sessões de fotobiomodulação transcraniana utilizando clusters de LEDs vermelhos e infravermelhos, além de LEDs intranasais. Cada participante realizou 15 tratamentos de 30 minutos, duas vezes por semana (totalizando 7,5 semanas), com penetração espectral centrada em comprimentos de onda na faixa de 633 a 830 nm. O protocolo incluía LEDs posicionados sobre o córtex pré-frontal, em modo contínuo, com potência irradiada variável entre os dispositivos. 

Avaliações neuropsicológicas antes, uma semana e um mês após o tratamento mostraram que o grupo ativo apresentou melhora significativa no teste Digit Span Forwards (p < 0,01) em comparação ao grupo controle, além de tendência de melhora em tarefas de Sequência Número/Letra (p < 0,10). Em questionários de autorrelato, quatro participantes do grupo ativo referiram “aumento na concentração”.

Embora o estudo não tenha sido conduzido em indivíduos com TDAH, esses achados sugerem que a modulação mitocondrial e redox do córtex pré-frontal por tPBM pode otimizar processos atencionais, reforçando a plausibilidade de aplicação clínica em indivíduos com TDAH.

Episódio depressivo maior

Em um ensaio clínico randomizado, pacientes com episódio depressivo maior recorreram a uma faixa de fotobiomodulação transcraniana diariamente por 8 semanas. 

O tratamento foi bem tolerado, com efeitos adversos mínimos. Houve melhora em escores de depressão tanto no grupo ativo quanto no controle (diferenças não significativas), mas somente o grupo sujeito à fotobiomodulação transcraniana apresentou melhora significativa na qualidade do sono (segundo o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh) desde a segunda semana, mantendo-se até o fim do estudo. 

Isso sugere que a tPBM é potencial moduladora do ritmo sono-vigília, sugerindo maior sincronização circadiana.

Doença de Alzheimer e demências

Alguns estudos-piloto reportaram ganhos cognitivos em idosos com comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer leve submetidos à fotoestimulação transcraniana combinada (às vezes com LED intranasal). Dados preliminares indicam que ela pode melhorar a função executiva e a memória no estágio inicial do comprometimento cognitivo leve.

Estudos em modelos animais de Alzheimer indicam que a luz infravermelha modula a ativação microglial, diminuindo o acúmulo de placas β-amiloides e promovendo melhora nas funções cognitivas.

Dê aos seus pacientes com Alzheimer a chance de reconquistar memórias: inclua o Capacete Neurollux em seus protocolos clínicos. 

Doença de Parkinson (ou Mal de Parkinson)

Embora ainda escassos, alguns ensaios sugerem que a fotobiomodulação transcraniana pode proteger neurônios dopaminérgicos e melhorar sintomas motores de Parkinson. Estudos controlados indicam progressos na marcha e equilíbrio após sessões de fotobiomodulação no cérebro. Estudos pré-clínicos também mostram redução da progressão degenerativa do Parkinson pela ativação mitocondrial e redução da inflamação. 

Esses achados refletem a multimodalidade dos mecanismos da tPBM: mais metabolismo cerebral, redução de estresse oxidativo/inflamação e maior expressão de fatores neurotróficos promovem melhorias cognitivas e bem-estar psicológico. 

Ainda assim, enfatiza-se a necessidade de estudos maiores, randomizados e padronizados, pois parâmetros (comprimento de onda, intensidade, duração) variam muito entre os estudos publicados.

Segurança, efeitos adversos e regulamentação

A tolerabilidade da fotobiomodulação transcraniana é alta. Relatos indicam apenas efeitos leves e transitórios – como cefaleia de curto prazo, tinnitus (zumbido) ou fadiga leve – e não há evidências de danos permanentes. Um estudo duplo-cego constatou que a adesão foi ótima e os eventos adversos mínimos e passageiros, confirmando a segurança do método.5

Vale ressaltar que pacientes com histórico de epilepsia fotossensível devem ser avaliados com cautela.

No Brasil, os únicos aparelhos de fotobiomodulação transcraniana fabricados no país são o Boné Infrallux e o Capacete Neurollux; ambos cumprem as regulamentações da Anvisa. Além disso, aparelhos elétricos devem ter certificação Inmetro, outro registro que tanto o boné quanto o capacete de fotobiomodulação possuem. 

Dispositivos internacionais de fotobiomodulação transcraniana

No mercado global há vários dispositivos de tPBM comercialmente disponíveis, que ilustram as categorias descritas pela revisão de Fernandes et al. (2024)6. Estes vão desde ponteiras manuais de laser até capacetes com múltiplos LEDs

Principais categorias de dispositivos de fotobiomodulação transcraniana (tPBM): (a) laser de mão, (b) conjunto de LEDs, (c) capacete de LED ou laser, (d) capacete com LEDs localizados, (e) LED ou laser intranasal, (f) faixa de cabeça com LEDs e (g) aplicação com agulhas de laser. Cada categoria apresenta características específicas de distribuição da luz, profundidade de penetração e aplicabilidade clínica. 

Fonte: ERNANDES, F.; OLIVEIRA, S.; MONTEIRO, F. et al. Devices used for photobiomodulation of the brain—a comprehensive and systematic review. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, [S.l.], v. 21, p. 53, 2024. Disponível em: https://jneuroengrehab.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12984-024-01351-8. Acesso em: 3 jun. 2025.

As principais categorias incluem:

Laser de mão

Aparelhos portáteis compostos por uma fonte laser acoplada a uma fibra óptica, que permite ao operador posicionar o feixe diretamente sobre regiões específicas do couro cabeludo (por exemplo, córtex pré-frontal ou áreas motoras). Foi desenvolvido para a aplicação manual em pontos precisos. 

Tem comprimentos de onda tipicamente entre 800 nm e 1.064 nm, em modos contínuo ou pulsado, e densidades de potência variáveis.

Clusters de LED

Estruturas planas contendo dezenas a centenas de diodos emissores de luz (LEDs). Esses clusters podem ser aplicados amplamente no couro cabeludo (áreas frontal, parietal, occipital etc., inclusive ao mesmo tempo), usando LEDs de forma contínua ou pulsada. 

A densidade de potência por cluster geralmente varia; isso pode ser usado propositalmente para atingir resultados mais expressivos em certas localidades do cérebro.

Capacetes ou toucas de LED

Dispositivos que envolvem todo o crânio, integrando, em uma carcaça rígida ou maleável, dezenas a centenas de LEDs infravermelhos (e, às vezes, LEDs vermelhos). 

Neurollux, capacete de LED para fotobiomodulação transcraniana. Ele abriga múltiplos LEDs de luz infravermelha próxima (radiação infravermelha), que, difundidos pelo crânio, promovem a ativação mitocondrial cortical, a síntese de ATP e a modulação dos mecanismos anti-inflamatórios. 

O design em formato de capacete distribui a irradiância em regiões frontais, parietais, temporais e occipitais simultaneamente, em modo contínuo ou pulsado, com sessões de 15 minutos.

Seja um dos primeiros profissionais a oferecer fotobiomodulação transcraniana com registro Anvisa e Inmetro no Brasil. Consolide sua liderança em tratamentos neurológicos com o Neurollux. 

Capacetes com LEDs localizados

Semelhantes a capacetes convencionais, porém com pontos de emissão de LED apenas em locais específicos (tipicamente três LEDs posteriores, um LED frontal no córtex pré-frontal e um emissor intranasal). A estrutura em alumínio ou plástico rígido sustenta tiras de LEDs com densidade de potência variável. 

Esses capacetes são indicados quando se deseja focalizar a irradiância em áreas cerebrais delimitadas, como regiões pré-frontais, sem irradiar toda a superfície craniana.

Faixas de LED

Dispositivos flexíveis que se ajustam à testa, contendo LEDs infravermelhos; em relação aos comprimentos de onda, o de 810 nm é o mais amplamente utilizado. A aplicação é feita diretamente sobre a região pré-frontal, com diversas densidades de potência, geralmente em modo contínuo. 

As faixas permitem fácil autoaplicação, seja em consultório ou em casa, oferecendo estímulo ao córtex pré-frontal para casos como os de ansiedade e os que implicam alterações na cognição, sem necessidade de cobrir o couro cabeludo completo.

Agulhas de laser

Aplica-se laser de baixa potência em pontos de acupuntura craniana, utilizando agulhas de aço inoxidável que conduzem o feixe de laser diretamente ao ponto cutâneo. Agulhas são distribuídas na cabeça, inseridas superficialmente. 

Essa modalidade combina a fotobiomodulação com princípios da acupuntura, visando modular redes neurais específicas no córtex motor ou córtex pré-frontal.

LED intranasal

Dispositivo com um único diodo de LED acoplado a uma ponteira flexível que se insere na fossa nasal. A luz penetra diretamente pelos seios esfenoidais e chega a áreas cerebrais mais profundas, promovendo efeitos benéficos. A densidade de irradiância varia. 

Essa modalidade de fotobiomodulação é utilizada em protocolos para depressão, Doença de Alzheimer, Parkinson e outras condições neurodegenerativas.

Dispositivos combinados (ex.: transcraniano + intranasal ou intraoral)

Sistemas que integram dois ou mais emissores ópticos (por exemplo, capacete LED infravermelho cobrindo o couro cabeludo e módulo LED intranasal) em um único equipamento. Essa associação permite atingir simultaneamente o córtex superficial e núcleos subcorticais. 

Alguns protocolos incluem ainda LED intraoral para ativação de estruturas internas profundas, como os gânglios da base e o hipotálamo, em condições como a Doença de Parkinson. 

Os comprimentos de onda variam, assim como as densidades de potência. O tempo médio de aplicação é de 20 minutos.

Considerações finais

Com base nos mecanismos fisiológicos robustamente documentados da fotobiomodulação transcraniana (ativação mitocondrial, aumento de ATP, liberação de NO e indução de fatores neurotróficos) o Capacete Neurollux se posiciona como uma solução de última geração para tratamentos de tPBM em consultório, proporcionando irradiância uniforme em todo o córtex. 

Seu design ergonômico, aliado às certificações da Anvisa e do Inmetro, garante segurança, eficiência e confiabilidade durante sessões de neuroestimulação para condições como Alzheimer, TDAH, AVE e Comprometimento Cognitivo Leve

Já para cuidados domiciliares, o Boné Infrallux combina portabilidade e potência, entregando comprimentos de onda ideais para fortalecer a neuroproteção e acelerar a recuperação cognitiva. 

Ao integrar essas tecnologias de ponta à sua prática, você estará oferecendo uma opção com potencial de melhorar significativamente o prognóstico neurológico dos seus pacientes: serão investimentos capazes de traduzir inovação clínica em avanços terapêuticos objetivos, considerando as possíveis diferenças individuais.

Referências bibliográficas 

  1. HAMBLIN, Michael R. Mechanisms and mitochondrial redox signaling in photobiomodulation. Photochem Photobiol, v. 94, n. 2, p. 199-212, mar. 2018. DOI: 10.1111/php.12864. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29164625/. Acesso em: 4 jun. 2025.
  2. YOKOI, Yuma et al. A randomized sham-controlled trial of transcranial and intranasal photobiomodulation in Japanese patients with mild cognitive impairment and mild dementia due to Alzheimer’s disease: a protocol. Frontiers in Neurology, v. 15, 4 jul. 2024. DOI: 10.3389/fneur.2024.1371284. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2024.1371284/full. Acesso em: 4 jun. 2025.
  3. HEO, Jin-Chul et al. Photobiomodulation (660 nm) therapy reduces oxidative stress and induces BDNF expression in the hippocampus. Scientific Reports, v. 9, n. 10114, 12 jul. 2019. DOI: 10.1038/s41598-019-46490-4. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41598-019-46490-4. Acesso em: 4 jun. 2025.
  4. COELHO, David Richer Araujo et al. Transcranial photobiomodulation for neurodevelopmental disorders: a narrative review. Photobiomodulation, Photomedicine, and Laser Surgery, v. 2024, 15 jul. 2024. DOI: 10.1007/s43630-024-00613-7. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39009808/. Acesso em: 4 jun. 2025.
  5. GUU, Ta-Wei et al. Wearable, self-administered transcranial photobiomodulation for major depressive disorder and sleep: a randomized, double blind, sham-controlled trial. Journal of Affective Disorders, 2024. DOI: 10.1016/j.jad.2024.06.054. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032724020548. Acesso em: 4 jun. 2025.
  6. PAN, Wei-tong et al. Advances in photobiomodulation for cognitive improvement by near-infrared derived multiple strategies. Journal of Translational Medicine, 2023. DOI: 10.1186/s12967-023-03988-w. Disponível em: https://translational-medicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12967-023-03988-w. Acesso em: 4 jun. 2025.
  7. FERNANDES, Filipa et al. Devices used for photobiomodulation of the brain—a comprehensive and systematic review. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, v. 21, n. 53, 2024. DOI: 10.1186/s12984-024-01351-8. Disponível em: https://jneuroengrehab.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12984-024-01351-8. Acesso em: 4 jun. 2025.

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