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Envelhecimento ativo: o futuro da geriatria a favor do cérebro

Em setembro, várias datas chamam atenção para o envelhecimento saudável. O Dia Mundial da Doença de Alzheimer (21/09) reforça a importância da conscientização sobre as demências, enquanto o Dia Mundial do Coração (29/09) destaca os cuidados cardiovasculares. Já em outubro, o Dia Nacional do Idoso (01/10) celebra o envelhecimento ativo e a valorização dessa fase da vida.

Nesse contexto, entre 25 e 27 de setembro, acontece também o Congresso de Geriatria e Gerontologia da USP, cujo lema em 2025, Movimento e Longevidade, destaca como manter-se dinâmico é fundamental para a saúde na terceira idade. 

Todas essas iniciativas convergem em uma mensagem clara: prevenção e promoção da saúde integral do idoso – do cérebro, do corpo e do coração. Nos próximos tópicos, reunimos as principais evidências científicas e práticas clínicas que podem fazer a diferença na saúde cerebral ao longo da vida.

Envelhecimento ativo: prevenção do Alzheimer na mira

Falar sobre Alzheimer sob a perspectiva preventiva é crucial. Embora seja uma doença complexa e sem cura definitiva, não estamos de mãos atadas

Pesquisas recentes enfatizam que é possível adotar medidas ao longo da vida para reduzir o risco ou atrasar o aparecimento da demência. Durante a Alzheimer’s Association International Conference (AAIC 2025), por exemplo, especialistas declararam que estamos entrando “na era da detecção precoce, da medicina personalizada e da prevenção ativa” da doença.1 

O enfoque preventivo também se conecta ao conceito de cuidado integral do idoso e de envelhecimento ativo promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Envelhecer ativamente significa manter-se engajado em atividades físicas, mentais e sociais, preservando a autonomia e a qualidade de vida. 

A prevenção do declínio cognitivo faz parte desse cuidado integral: não se trata de alarmismo sobre o Alzheimer, mas do incentivo a hábitos saudáveis que beneficiam o cérebro e todo o organismo, desde a meia-idade ou antes, até a velhice.

Cérebro e coração: saúde interdependente

Um ponto importante a destacar é a conexão entre a saúde cardiovascular e a saúde cerebral. Aquilo que protege o coração tende a proteger o cérebro – e vice-versa. 

Fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol elevado, além de aumentarem a chance de infarto ou AVC, também estão ligados a maior risco de demência. Coração e cérebro compartilham os mesmos vasos sanguíneos e são impactados pelos mesmos hábitos de vida. Não é coincidência que a Doença de Alzheimer e as doenças cardíacas dividam vários fatores predisponentes.

Estudos populacionais de larga escala sustentam essa relação: especialistas estimam que até 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos2 ao controlar fatores de risco modificáveis – muitos deles associados à saúde cardiovascular – como pressão alta, diabetes, depressão, isolamento social e sono inadequado. 

Ou seja: cuidar bem do coração ajuda a manter o cérebro saudável. Por isso, campanhas como o Dia Mundial do Coração (29/09) complementam a mensagem do Dia do Alzheimer: adotar um estilo de vida cardioprotetor é também neuroprotetor.

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Envelhecimento ativo: os principais aliados do cérebro

A ciência já sabe que hábitos de vida saudáveis são os maiores aliados na prevenção do declínio cognitivo. Nos últimos anos, diversos estudos – incluindo pesquisas apresentadas no AAIC 2025 – reforçam que intervenções no estilo de vida têm impacto significativo na saúde do cérebro. 

Tanto que um dos maiores estudos já realizados nos EUA comprovou que uma intervenção multifatorial (dieta equilibrada, exercícios físicos, controle de fatores vasculares e estímulo cognitivo) melhora a cognição em idosos com alto risco de demência3. A seguir, destacamos os pilares preventivos mais importantes.

Atividade física regular

O exercício é talvez a intervenção mais consistente para o bem-estar cerebral. Movimentar o corpo melhora a circulação sanguínea no cérebro e favorece a neuroplasticidade. Evidências indicam que exercícios aeróbicos e de força ajudam na preservação da memória e das funções executivas. Até mesmo em pacientes já diagnosticados com demência, a prática regular mostrou ganhos cognitivos

Caminhadas, dança, hidroginástica, musculação leve… Vale o que for agradável e adequado à condição de cada pessoa. O importante é manter-se em movimento, pois o sedentarismo é um fator de risco significativo para o Alzheimer.

Alimentação balanceada

Você é o que você come, e com o cérebro não é diferente. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras boas (como azeite e ômega-3) fornece os nutrientes necessários para a saúde neural. 

Padrões alimentares como a dieta mediterrânea e a dieta MIND (focada em alimentos benéficos ao cérebro) têm sido associadas a menor risco de declínio cognitivo. Elas privilegiam antioxidantes e anti-inflamatórios naturais, ajudando a proteger os neurônios do estresse oxidativo e da inflamação crônica – processos envolvidos no envelhecimento cerebral

Por outro lado, é recomendável moderar o consumo de ultraprocessados, açúcares e gorduras saturadas, que em excesso podem favorecer problemas vasculares e inflamatórios. Manter uma boa hidratação e controlar o consumo de álcool também faz parte de uma nutrição amigável ao cérebro.

Sono de qualidade

Dormir bem é fundamental para a saúde cerebral. Durante o sono profundo, o organismo realiza “manutenções” essenciais: consolida memórias, elimina resíduos cerebrais tóxicos e regula hormônios. 

A privação ou a má qualidade do sono desregula o metabolismo, eleva a pressão arterial e aumenta inflamações no corpo. Não por acaso, pesquisas ligam distúrbios de sono a maior risco de até 172 enfermidades – incluindo obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e Alzheimer4

Infelizmente, problemas de sono são comuns na população idosa (e mesmo de meia-idade), mas há soluções: higiene do sono, terapia para insônia e, se necessário, tratamento de apneia do sono podem melhorar consideravelmente a qualidade do descanso. Priorizar de 7 a 8 horas de sono por noite, em horários regulares, deve ser encarado como parte do “tratamento preventivo” para demências.

Estimulação cognitiva e social

O cérebro é um órgão que funciona na lógica do exercício. Manter a mente ativa ao longo da vida cria uma “reserva cognitiva” que pode compensar perdas neuronais futuras. Atividades intelectualmente desafiadoras (estudar, ler, fazer palavras-cruzadas, aprender um novo idioma ou instrumento musical, jogos de tabuleiro, artesanato) servem como ginástica mental. 

Da mesma forma, a interação social frequente estimula o cérebro: conversar, fazer parte de grupos, conviver com amigos e família exercita memória, linguagem e emoção. Por outro lado, o isolamento social prolongado e a falta de estímulos intelectuais estão entre os fatores de risco associados à maior incidência de demências. 

Portanto, incentivar idosos a se envolverem em atividades comunitárias, cursos para a terceira idade, grupos de convivência ou mesmo tecnologia (como videochamadas para falar com netos) faz parte da promoção de saúde cerebral. Relacionamentos saudáveis e propósito de vida atuam como proteção contra a depressão e o declínio cognitivo.

Controle de doenças crônicas e fatores de risco

Aqui entra o conceito de integralidade do cuidado. Prevenir Alzheimer passa também por tratar adequadamente outras condições de saúde

Hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, dislipidemias, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo… Todos esses quadros contribuem para agravar a saúde cerebral se não manejados. A boa notícia é que controlá-los traz duplo benefício: previne complicações nos órgãos-alvo (coração, rins etc.) e reduz o risco de demência. 

Manter a pressão arterial em níveis adequados, a glicemia sob controle, evitar o cigarro e moderar o álcool são medidas clássicas de promoção de saúde que também protegem o cérebro a longo prazo

Mas, não é só isso: tenha atenção a fatores específicos, como a perda auditiva. Estudos incluíram a deficiência auditiva não tratada na lista de fatores de risco modificáveis para demência, pois pode levar ao isolamento social e à sobrecarga cognitiva. 

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Envelhecimento ativo: movimento é mais do que exercício

Ao abordar “movimento” no contexto do envelhecimento saudável, precisamos entendê-lo de forma ampla: não se trata apenas de exercício físico, mas de movimentar todas as dimensões da vida

Novos desafios e interações devem fazer parte da rotina do idoso: dançar, viajar, cultivar um hobby, conhecer pessoas, praticar voluntariado, engajar-se em projetos – tudo isso traz estímulos cognitivos e emocionais que nutrem o cérebro. 

Essa abordagem positiva combate a noção de que a velhice é uma fase apenas de perdas. Ela pode ser plena de desenvolvimento e satisfação quando há estímulos constantes e uma vida com propósito.

Tecnologias e abordagens complementares em prol da saúde cerebral

Paralelamente aos hábitos de vida, emergem também novas abordagens terapêuticas não farmacológicas para proteger o cérebro dos idosos.

Uma delas é a fotobiomodulação transcraniana (FBMt), tecnologia que utiliza luz infravermelha aplicada no crânio para estimular a atividade cerebral. Essa técnica vem sendo estudada como complemento para melhorar a cognição em pessoas com comprometimento cognitivo leve (CCL) e demências em estágios iniciais.

Em um ensaio clínico brasileiro randomizado e duplo-cego com 76 idosos com CCL, a FBMt com luz infravermelha próxima mostrou melhora significativa da cognição, medida pelo Montreal Cognitive Assessment (MoCA), em comparação ao grupo placebo, com efeito persistente por até três meses após o término do tratamento. Além disso, observou-se elevação significativa dos níveis séricos de BDNF, um marcador associado à neuroplasticidade.

Outro estudo conduzido com mulheres idosas portadoras de CCL5 encontrou uma melhora de 33% na pontuação média do Miniexame do Estado Mental (MEEM) após cinco sessões de FBMt aplicadas sobre o córtex pré-frontal direito. O desempenho atencional também apresentou ganhos, enquanto o grupo controle não demonstrou mudanças relevantes. 

Infrallux e Neurollux: inovação clínica no cuidado cognitivo

No Brasil, a Cosmedical trouxe a fotobiomodulação transcraniana para a prática clínica e o uso domiciliar em formatos portáteis e de fácil adesão. 

O Boné Infrallux é equipado com LEDs de luz infravermelha próxima (99 LEDs de 760 nm e 99 LEDs de 830 nm) e suas sessões são de 20 minutos diários. O dispositivo foi desenvolvido para ser utilizado em casa, como extensão do tratamento, respeitando a rotina do idoso e de sua família.

Já o Capacete Neurollux®, capacete com maior cobertura e intensidade luminosa, é indicado para protocolos que demandam estimulação mais ampla ou frequente em consultório. Equipado com 204 LEDs de 850 nm, possibilita sessões de 20 minutos em protocolos que variam de uma a três vezes por semana. 

Ambos os dispositivos são seguros, não invasivos e indolores, sem relatos de eventos adversos significativos nos estudos disponíveis. Além de favorecer ganhos em memória, atenção e demais funções executivas, a possibilidade de integração com a rotina domiciliar amplia a adesão terapêutica e otimiza o tempo da equipe de saúde.

O Boné Infrallux e o Capacete Neurollux® representam tecnologias acessíveis, baseadas em evidências e alinhadas ao conceito de envelhecimento ativo, oferecendo aos profissionais da geriatria e da neurologia mais uma ferramenta no manejo preventivo e complementar do declínio cognitivo.

Envelhecimento ativo: outras estratégias

Outras frentes tecnológicas e comportamentais também somam forças na promoção da saúde do cérebro. Há programas de treinamento cognitivo computadorizado, aplicativos de memória, meditação e técnicas de mindfulness para redução do estresse crônico (que pode prejudicar o hipocampo, região da memória). 

Além disso, avanços no diagnóstico precoce – como novos exames de sangue que detectam proteínas associadas ao Alzheimer anos antes dos sintomas – estão surgindo6

Embora diagnosticar cedo não seja o mesmo que prevenir, essas inovações permitem intervir rapidamente com mudanças de estilo de vida e tratamentos, ganhando tempo contra a progressão da doença.

Conclusão: envelhecimento ativo para um cérebro saudável

A grande mensagem das recentes pesquisas e campanhas de conscientização é que a demência não é um destino inevitável na velhice. Até quase metade dos casos pode ser evitada ou postergada com um conjunto de medidas acessíveis no dia a dia. 

Ninguém está dizendo que é fácil mudar hábitos ou que existe garantia absoluta – afinal, o Alzheimer tem componentes genéticos e biológicos complexos, mas está cada vez mais claro que nossas escolhas ao longo da vida fazem diferença

Alimentação, exercícios, sono, controle da pressão, cuidados auditivos, vida social constante… Todos esses fatores, somados, criam uma prevenção silenciosa, porém poderosa contra o declínio cognitivo.

Como profissionais, nosso papel é incentivar e apoiar os idosos (e seus familiares) nessa jornada preventiva. Cada consulta, cada orientação dada, pode motivar alguém a dar um passo a mais rumo a um cérebro mais resistente

Movimente-se e cultive a saúde cerebral hoje para colher um amanhã com mais independência e plenitude. Envelhecer ativo é envelhecer com dignidade – e isso nunca foi tão possível quanto agora, com o conhecimento e os recursos que temos em mãos.

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Referências bibliográficas

  1. FRAGA, Marcelo. Alzheimer: cinco avanços revelados no maior congresso mundial de pesquisa. Itatiaia, 9 ago. 2025. Disponível em: https://www.itatiaia.com.br/trends/alzheimer-cinco-avancos-revelados-no-maior-congresso-mundial-de-pesquisa. Acesso em: 23 set. 2025.
  2. LIVINGSTON, Gill et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2024 report of the Lancet standing Commission. The Lancet, v. 404, n. 10452, p. 572–628, 10 ago. 2024. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(24)01296-0/abstract. Acesso em: 23 set. 2025.
  3. BAKER, Laura D.; ESPELAND, Mark A.; WHITMER, Rachel A.; et al. Structured vs Self-Guided Multidomain Lifestyle Interventions for Global Cognitive Function: The US POINTER Randomized Clinical Trial. JAMA, 2025. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2837046. Acesso em: 23 set. 2025.
  4. MARACCINI, Gabriela. Dormir mal pode aumentar risco de 172 doenças, mostra estudo. CNN Brasil, 5 ago. 2025. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/dormir-mal-pode-aumentar-risco-de-172-doencas-mostra-estudo. Acesso em: 23 set. 2025.
  5. PAPI, Shahab et al. The effect of transcranial photobiomodulation on cognitive function and attentional performance of older women with mild cognitive impairment: a randomized controlled trial. Przegląd Menopauzalny, v. 21, n. 3, p. 157–164, set. 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36254133. Acesso em: 23 set. 2025.
  6. MÁRQUEZ, Freddie; TARRAF, Wassim; GONZALEZ, Kevin; et al. Alzheimer Disease Biomarkers and Subjective Cognitive Decline Among Hispanic and/or Latino Adults. JAMA Network Open, 2025. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2838511. Acesso em: 23 set. 2025.

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